"Não te afligas, amada, por tão cedo te teres rendido:
Acredita, não te julgo vulgar, não te julgo descarada.
Mil vezes se fazem as flechas do Amor sentir
No peito vertendo um insidioso veneno, e o coração adoece durante anos.
Oh, mas existem outras flechas, novas, elas ateiam
Um fogo que consome dos pés à cabeça.
Nos tempos heróicos em que os deuses e deusas amavam,
O desejo seguia o olhar, o prazer o desejo.
Pensas que hesitou muito a deusa do amor
Quando outrora lhe agradou Anquises na floresta do Ida?
Tivesse Luna tardado em beijar o belo adormecido
E logo a invejosa Aurora o teria despertado.
Hero viu Leandro na festa animada e logo
O amante, ardente, se lançou na torrente nocturna.
A virgem madura, uma filha de reis, deambula
Por silenciosos atalhos até à fonte, onde o deus a surpreende.
Assim gerou Marte dois filhos! - Uma loba
Amanmentou os gémeos, e Roma chama-se a Rainha do Mundo."
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