Ontem, Mondego rimou também com saudade e com amores desmedidos...
A Associação Cultural Thíasos realizou ontem um recital de poesia sobre o Mondego, na margem esquerda desse rio.
Recitámos Luís de Camões, Miguel Torga, António Botto, Firmino Mendes, José Ribeiro Ferreira, Antero de Quental, Sebastião da Gama, António Arnaut e António Nobre.
Santa Clara
No reflexo das águas calmas do Mondego
Brilham-te os olhos, ao rever Coimbra.
Escolheu-te a rainha que foi santa
E de ti quis abarcar, solícita, a cidade
Em amplo envolver de braços e de olhar.
Os choupos reverentes,
Inclinam-se em vénia à tua fidalguia.
Convento Velho, onde te escondes
Que não respondes,
Do teu passado de silêncio e quietude?
Só da igreja a altanaria
Acena e clama que foras e falaras,
Se a cidade te amar e te quiser.
Há quantas centúrias dormes,
Convento Velho:
Abraço intenso as águas te doaram.
Apenas e só o amor da cidade te liberta e faz
Surgir, aos poucos, do tempo e do passado
O silêncio também desceu a S. Francisco.
Nem um som das janelas e fachadas...
E de claustro monástico não é recolhimento.
Que futuro te espera, quedo ali defronte?
Abandono, esquecimento?
Ou a vida e a alegria de Centro de Cultura?
Em Santa Clara em sossego Inês se veio pôr
E na quinta o nome deixou de lágrimas:
A terna saudade do amado
Que por longe andava.
O mito que tudo faz, dispõe.
e põe nas entrelinhas.
No reflexo das águas calmas do Mondego
Brilham-te os olhos, ao rever Coimbra.
Escolheu-te a rainha que foi santa
E de ti quis abarcar, solícita, a cidade
Em amplo envolver de braços e de olhar.
Os choupos reverentes,
Inclinam-se em vénia à tua fidalguia.
Convento Velho, onde te escondes
Que não respondes,
Do teu passado de silêncio e quietude?
Só da igreja a altanaria
Acena e clama que foras e falaras,
Se a cidade te amar e te quiser.
Há quantas centúrias dormes,
Convento Velho:
Abraço intenso as águas te doaram.
Apenas e só o amor da cidade te liberta e faz
Surgir, aos poucos, do tempo e do passado
O silêncio também desceu a S. Francisco.
Nem um som das janelas e fachadas...
E de claustro monástico não é recolhimento.
Que futuro te espera, quedo ali defronte?
Abandono, esquecimento?
Ou a vida e a alegria de Centro de Cultura?
Em Santa Clara em sossego Inês se veio pôr
E na quinta o nome deixou de lágrimas:
A terna saudade do amado
Que por longe andava.
O mito que tudo faz, dispõe.
e põe nas entrelinhas.
José Ribeiro Ferreira.
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